quinta-feira, 28 de março de 2013

Edu. Digital#8 O “tal”do Digital


Muitas pessoas ouvem os meios de comunicação discutirem sobre a digitalização, mas a grande maioria não se interessa em entender o que é, muitas vezes a “correria” do dia-a-dia faz com que não sobre nem tempo para pensar nesse assunto, será que o digital vai excluir de uma vez por todas o meio analógico do mercado?

Micael Herschmann destaca em seu Livro “O rádio sem ondas”, que apesar da fidelidade e a simpatia que o rádio analógico conquistou durante anos com o consumidor, ele mostra que o mesmo se encontra na iminência de se tornar um aparato obsoleto. Mesmo sabendo que nesse tempo de um pouco mais de oito décadas o rádio já passou pelos seus altos e baixos.

Ganhou espaço nobre nos lares entre os anos 30 e 50. Foi para as ruas, em versões portáteis e aliado a headphones, expulso de seu lugar privilegiado pela TV, entre o fim dos anos 50 e o começo dos anos 70. Voltou para as salas de estar em grande estilo – estéreo, via FM, com design arrojado e futurista -, na virada dos anos 70 para os 80. E, enfim nos anos 90, entrou em lenta agonia, perdendo terreno em meio a um emaranhado de mídias, todas convergindo para formatos digitais.

O rádio analógico vem lutando a mais de uma década em busca de uma salvação, que segundo Micael Herschmann é uma salvação que não irá encontrar. Mas, se o rádio está com os dias contados, poderíamos afirmar que a uma das armas do crime já foi apresentada em 1996 na Feira Industrial de Hannover, o DAB, o protótipo de radiodifusão digital demonstrou a troca das ondas eletromag.éticas pela transmissão de dados na forma de bits e bytes o que possibilita a FM ter uma qualidade sonora de CD.

Já a DRM desenvolveu sistema para viabilizar transmissões digitais em AM, fazendo com que alcance a qualidade de FM. O sistema norte-americano IBOC é o único que permite a transmissão simultânea nas mesmas freqüências usadas hoje para AM e FM, dados e voz são veiculados nos mesmos canais e faixas das estações analógicas.

O IBOC foi o sistema que mais chamou a atenção dos brasileiros, mas em 2006 os testes foram decepcionantes, as transmissões causavam timbres metálicos nas locuções, além de uma defasagem de 8 segundos, inviabilizando entrevistas e interação com o público ao vivo.”, além disso, esse sistema ocupa um espaço em ondas maior, que ocasionaria o desaparecimento de algumas emissoras de baixa potência (no caso das comunitárias, educativas e algumas religiosas).

Eu acho que já vi esse filme! Será que o rádio vai ter que passar por uma “segmentação” a cada nova tecnologia que surge, como aconteceu com o surgimento da Freqüência Modulada (FM)? Creio que os meios de fazer rádio, sejam eles analógicos, digitais. Web rádio, podcasting, terão sucesso se souberem estruturar sua programação com a forma de interação, as músicas e as informações de interesse do seu target, para isso serão necessário pesquisas e estudos para descobrir quem é este ouvinte e qual o seu perfil (hábitos, interesses, aptidões).

É claro que tanto radio como a TV dentro de mais alguns anos serão apenas algumas das opções nos aparelhos de celular ou na rede de computadores, mas serão inúmeras emissoras a disposição, mas cada indivíduo vai dar audiência à aquela programação que mais se identificar.

A implantação de novas tecnologias no meio radiofônico sempre favoreceu para a diminuição do numero de funcionários nas emissoras, nas primeiras décadas do rádio no Brasil mais precisamente em 1940 a Rádio Nacional, por exemplo, tinha em sua grade pouco mais de 600 funcionários, enquanto uma emissora de rádio digital poderá ser estruturada com até oito profissionais.

A web Radio possibilita que o receptor torne-se o emissor, a interação é mais precisa, é ágil e empolgante. O comunicador dá ao ouvinte a liberdade de ele escolher a próxima música a ser tocada, o assunto a ser discutido, e ainda discutir ao vivo esse assunto com o próprio ouvinte, fazendo com que os ouvintes acompanhem as opiniões de determinados assuntos tanto de ouvintes que estão no Rio Grande do Sul, como ouvintes da Bahia, possibilitando uma diversidade cultural expressada não somente através de músicas, mas do modo de pensar e refletir sobre temas debatidos. O sinal das web rádios vem pela conexão à internet (modem, rádio, cabo ou satélite).

Ouvir pelo computador, permite ao ouvinte ter mais opções de manipulação do que está ouvindo, pois pode gravar editar e modificar o que está sendo emitido. As emissoras via internet devem usar e abusar da criatividade, algumas já usam câmeras no estúdio, transmitindo som e imagem ao vivo.

Somos criativos, tentamos acompanhar o avanço tecnológico, interagir e usufruir dessas novas ferramentas, mas às vezes acho que estamos fazendo o mesmo que foi feito a décadas atrás, apenas aperfeiçoando a tecnologia que temos hoje. Afirmamos isso devido a uma experiência que um de nós está vivendo dentro de uma web radio. Quando fui convidado para entrar nessa “onda” de web radio vi a possibilidade de explorar ferramentas que as rádios locais no sistema analógico não estariam utilizando, uma delas são transmissões externas como forma de interagir com os ouvintes. Como nossa web radio não possui linhas telefônicas, link ou outro meio de transmissão geralmente usado pelas rádios convencionais, a saída foi configurar um computador móvel com internet sem fio (via celular) no qual conseguimos transmitir de qualquer parte do país para o mundo, com a mesma qualidade que temos no estúdio. Muito bom, estamos com equipamento para fazer programas ao vivo de casas noturnas, eventos, feiras, lojas; seria algo criativo inovador? Para muitos até parece ser, mas seria simplesmente um aperfeiçoamento dos programas de auditórios que eram feitos antes mesmo de existir televisão. Se os rádios tradicionais usavam bilhetes nos programas de auditório, cartas enviadas para a emissora, telefonemas ao vivo, mais recentemente torpedos para celular, hoje em dia na internet usamos praticamente as mesmas formas de interação, claro que mais rápidas devido a tecnologia, mas usamos MSN, e-mail, Skype, VoIP, chat, etc.

No Brasil as conseqüências que a internet provoca sobre outros meios ainda são menores devido ao baixo poder aquisitivo de algumas classes que impossibilita famílias carentes de terem acesso a essas redes de informação, mas em alguns países mais desenvolvidos a internet vem causando forte impacto, nos Estados Unidos entre 1975 a 1997 a audiência de grandes redes de TV caíram de 90% para 64% no horário nobre e a cada ano que passa, são milhares as pessoas que vem trocando as horas de lazer frente a televisão ou o rádio convencional, pelas horas diante de um computador ou aparelhos portáteis com acesso a internet.

Percebendo a importância da internet, algumas emissoras de rádio “analógico” estão fazendo o que chamamos de “rádio on line”, simplesmente disponibilizam o áudio por fluxo contínuo (streaming) na home page da própria, possibilitando que pessoas fora do alcance das ondas eletromagnéticas da emissora tenham acesso a programação através da internet.

Pesquisas mostram que o numero de aparelhos de radio nas casas vem caindo a cada ano que passa, enquanto os aparelhos de TV aumentam a cada ano, no mercado publicitário o rádio leva apenas 4% do total comercializado, enquanto na década de 70 chegou a ter 13% do valor comercializado no mercado publicitário, as agencias de publicidade não tem interesse em criar publicidades para radio, afinal os empresários donos de emissoras de radio não investem no marketing da sua própria emissora.

--O “tal” do digital (Gilmar Laurindo,  Jorge Antônio da Silva)

P.S: Todo o Texto foi retirado do Site Discutindo Comunicação. Gostei muito do que os autores falaram a respeito da digitalização, e estou aqui compartilhando com todos seguidores do blog, e aos meus colegas de Educação Digital.
Fonte:  Site Discutindo Comunicação


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